quarta-feira, agosto 26

Canta Raul


Canta Raul

É sempre assim
Todos pedem e gritam,
Todos querem ouvir o Pai do Rock.

Não é de agora que se busca
Uma onda metafísica, transcendental
Mas quando se escuta Raul
Apaziguam-se as almas sedentas
Por conhecer o tempo e o espaço em que se encontra.

Há dez mil anos atrás, talvez milênios
Ele passeia por essas Terras
Espalhando sons e uma poesia que engole
Toda e qualquer ânsia do coração humano
Despertando a oculta e desconhecida deusa
Que vive em cada um.

Por isso ninguém esquece
Aquele que trouxe o símbolo
Do sagrado e do profano
Que vive em deuses, homens e bestas.

Elizabeth

segunda-feira, agosto 24

Mera Ilusão


E quem disse que sei alguma coisa
A coisa que sei é que não sei quem disse
Espalhou-se no vento
A fantasia que vai além do que se pode captar

E como cegos guiando cegos
Cambaleantes caminhantes
Embriagam-se com o vinho do saber...

Acredita-se desvendar as Leis
Com o débil intelecto,
Esse que nunca deixou de andar em círculos
Por entre teses e antíteses
Mas que teima em provar o contrário

E viver é tão simples como dizem?


Elizabeth

quarta-feira, agosto 19

Sensações


Sensações

Era tão “feliz”
Vendo aquelas árvores frondosas
E aqueles frutos maduros.

Subia e descia morros verdejantes
Com o prazer inocente
De quem não pensa, apenas sente!

O cheiro da terra
Enleva e entontece, em êxtase
Como o colo quente de Mãe.

E este momento, tão fugaz
Fica registrado na memória de sensações
Distanciando pensamentos.

Pensar e Existir são cultivados
Por aqueles que nunca foram Poetas.

Elizabeth

sexta-feira, agosto 14

O sonho não acabou



O sonho não acabou

No momento dionísico
Uma onda gigante
Apoderou-se da multidão.

Foram carregados
Num movimento mágico
Para um lugar sem chão.

Despidos do vão materialismo
Voaram na direção oposta
De qualquer convenção.

Paz e Amor
Sinal tatuado no peito
Símbolo de uma geração...

Perdida no tempo e no espaço
Restando apenas
Pingentes feitos à mão.


Elizabeth

terça-feira, agosto 11

Custe o que Custar



Custe o que Custar


Olho ao meu redor
Vejo a dor em rostos humanos
Espelhos da minha inconsciência esclarecida.

Venho de um lugar que não lembro
A “realidade” em que me encontro agora
Faz-me cair no mim mesma
Que nada tem a ver comigo.

Encontro-me presa aos opostos
Mas custe o que custar
Hei de vencê-los
Hei de encontrar a síntese.

E só então, abrir
A verdadeira realidade do que sou
E o gosto que tem o amarelo.
Ver, ouvir e cheirar
Tudo que toco com minhas mãos de carne.

Elizabeth

sexta-feira, agosto 7

Buscando o Silêncio


Buscando o Silêncio

Assustada, atrapalho-me diante dessa imagem
Lembra-me uma obra de Camille Claudel
Há certo Caos permeando os pensamentos
E a Ordem tão desejada se faz difícil
Como uma experiência diante do novo.

Esperava encontrar planícies verdejantes
Com águas cristalinas que deslizam calmamente...
Mas as montanhas são íngremes
E perigos constantes rondam a minha incredulidade.

O cético impregnado cria uma cena de horror
E o tumulto desenrola-se sem limites
Dentro de mim.

Mas, ainda não perdi a esperança
Espero encontrar o ponto matemático
Onde toda a compreensão será desvendada
De uma forma tão simples
Que ainda não sei como é...mas será!

Elizabeth

domingo, agosto 2

Cenário de Goya



Cenário de Goya

Esses, são dias desleais!
E nesses dias, existir ou ser?

Os últimos serão os primeiros...
Ou essa fila parou há muito tempo?

Cobertos pelo véu
Por isso, andando ao léo?

Dias desleais porque se perdeu o contato com alguma coisa...
Paralisados todos olham o por de sol sem sentir o alaranjado.

Dias desleais, porque não se pode confiar em ninguém
O homem busca no homem, uma forma de dominação...

Justifica-se com a existência de um servil para cada dominador
Uma questão de equilíbrio e atração.

Dias desleais porque não se pode andar por aí, livremente...
É preciso pagar um pedágio tão caro
Que não compensa sair do círculo.

E daí, como fica a vida?

Elizabeth