segunda-feira, fevereiro 8

O Herói de Mil Faces


O Herói de Mil Faces

Sempre vou aparentar utópica e infantil, em tudo o que faço, mas é a minha natureza e não posso negá-la. A negação seria render-se a hipocrisia.

A fragmentação e a confusão em que me embrenho é visível aos olhos de todos.

Lanço as coisas de longe para não atingir com muita violência. É preferível, ás vezes, que permaneça no ar, do que atingir mortalmente.

O princípio de liberdade é fundamental ao ser humano. É ela quem me dá o ímpeto para viver. Sem ela, sou estéril e infrutífera. É gostoso dar frutas e desfrutar.

Estou sempre surpresa diante das faces encobertas... Minha sina é retirar o véu e enxergar o herói incisivo de cada um. O ato de heroísmo, na maioria das vezes está dentro de si e não na bravura ou na valentia externa.

O herói na sua saga, silencia peripécias e nem sempre é um ato grandioso como os mitos... É aqui e agora! Enfeitamos com mitologia, as verdades penetrantes. A beleza da verdade não condiz com a realidade trivial e por isso a encobrimos com muitas teorias.

Por que será que somos tão indecifráveis?

Pergunto, pergunto e as respostas sempre distantes... Talvez fiquem nas estrelas, que brilham e seduzem. Fico então a observá-las, hipnotizada pelos seus mistérios longínquos. Entristeço-me em desconhecer os segredos, então penso no encanto de não saber das coisas e isso supera e alivia o coração dilacerado.

Os pés, não fincados no chão, devaneiam por sobre toda estabilidade, suspensos no ar. E ao vislumbrar todo mistério, estremeço e caio como uma pluma pela terra dos homens. E ao tocar com os pés no chão, sinto forças para dar novos saltos quânticos. É um impulso excitante...

A linguagem é a expressão de todo pensamento mais íntimo e intenso. E ao usá-la , minha essência desabrocha, saindo de um mundo paralelo. Salta para os ouvidos mágicos de quem as compreende.

Depois de tudo, só os verdadeiros heróis são capazes de apreciar. É preciso ter os olhos de uma criança para ver a beleza do universo.

ELIZABETH

domingo, janeiro 31

As trombetas dos anjos



As trombetas dos anjos

Quisera ouvir o primeiro som
Aquele que despertou o mundo
Em seu instante primordial
Reunindo os seres
Em torno da primeira vez

O assombro
Abrindo as bocas
Com suas salivas quentes
Movimentando línguas estreantes
Cortantes
Articulando palavras doces e amargas
Num experimento alquimista.

quinta-feira, janeiro 28

Profunda Idade



Profunda Idade

Esse tempo obscuro que transpassa o limiar
Dos meus anseios
É pura ilusão dos coletivos egos em devaneios
Saltitam como ambulantes
Vendendo seus brinquedos e quinquilharias

Dentro, no mais profundo dos mundos
Ressurge algo maior que desliza
Por entre artérias e veias
Do baixo até as alturas
Do largo até o estreito
Sintetiza ações na passividade

A fonte da vida começa aqui e agora
Nesse sol escaldante que dá calor e brilha nossos olhos
Diante de tudo que assombra.

Elizabeth

Líquidos Fatais



Líquidos Fatais

Distante do mundo em meio a Natureza
Com seus silêncios estridentes e sons vibrantes
Recebo notícias da civilização
Chega num impacto de dor e horror
Cidade em Kaos, no caos e para o abismo.

Movimentos paralisados
Pelos líquidos em movimento
Estamos à mercê do tempo e do vento
O deslizar da terra molhada
Traga vidas, sem piedade
Culpados ou inocentes?
Nem uma coisa nem outra
Apenas (h)Umanos.

Elizabeth de Souza

As trombetas dos anjos


As trombetas dos anjos

Quisera ouvir o primeiro som
Aquele que despertou o mundo
Em seu instante primordial
Reunindo os seres
Em torno da primeira vez

O assombro
Abrindo as bocas
Com suas salivas quentes
Movimentando línguas estreantes
Cortantes
Articulando palavras doces e amargas
Num experimento alquimista.

Elizabeth