quinta-feira, julho 30

Perdemos a visão cósmica e caímos na mediocridade




O projeto inicial do ser humano é a busca da autenticidade
Não deveríamos nos perder pelo caminho
Distraídos com coisas meramente banais
Pelas quais sucumbimos
E rastejamos por abismos de lamas.

Espero ressoar em seus ouvidos azuis
Algumas palavras alaranjadas
E que elas se diluam em átomos de entendimento
Em partículas de compreensão quântica...

Só aos saltos podemos sair do abismo
Retornar à superfície com um sinal de vitória
Esses são os louros dos grandes guerreiros.

É a trajetória do herói que não sucumbe
Consegue reunir forças mentais, morais, intelectuais e emocionais
Para escalar de volta ao topo
Com mais experiência, força e vontade inquebrantável.

Elizabeth

terça-feira, julho 21

Sou trilheira, por natureza!


Sou trilheira, por natureza!


A caminhada é a mesma
As pedras que rolam pelo caminho
São aquelas de tempos idos
As plantas, essas guardam segredos nos troncos perfumados
Os animais que saltitam aqui e ali, são irmãos
De muitas existências,
Contadas nas 108 contas do meu colar.
Os transeuntes, velhos conhecidos, sumiram da minha memória transitória...
No entanto, o pó que levanta desse chão avermelhado
Aguça minha lucidez
Essa que nunca me abandonou,
Nem mesmo nas horas mais trágicas...
Nem mesmo daquela vez em que me perdi nos atalhos
Quando andei em círculos
Sem a certeza da trilha que me leva pra lugar nenhum.
Elizabeth

quinta-feira, julho 16

EU SOU...


EU SOU...

Eu Sou o que sou e nada mais do que isso...
Nada menos também.

Não tenho nada
A não ser palavras que brincam ao redor de mim
Como crianças no parque.

Palavras vivas que se devoram
Palavras vivas, esfomeadas de mim.

Palavras em movimento
Que se arriscam a saltar sobre abismos
Ou
Alçando vôos mirabolantes
Fazendo piruetas no ar.

Depois, caço uma por uma
E faço uma sopa de letrinhas,
Afinal, ninguém é de ferro...
Não se vive só de palavras,
De vez em quando
É preciso tomar uma sopinha quente.


Elizabeth

sábado, julho 11

Fotografo bem o CÉU



Fotografo bem o CÉU

Diante desse cenário deslumbrante
Torno-me bucólica e pagã inocente
Sinto-me fluídica e evaporo o cheiro das plantas.

É como traduzir uma língua antiga e indecifrável
E nunca saber se a compreensão é real ou fictícia.

Um sonho velado por entre essas montanhas ao leste
Por onde o sol levanta para brincar
Escondendo-se por entre suas delicadezas.

Mas não desperto dessa dúvida
Entre estar aqui
E ser aquela que continua sonhando com a vida...
Mas continuo vendo toda essa beleza da minha janela.

quarta-feira, julho 8

Encontros Casuais


Encontros Casuais

Desde aquele tempo remoto, na caverna primitiva
O amor já era intenso ao redor da fogueira ardente
Nossos símbolos, entrelaçados estão
De uma forma singular.

O tempo passa e nos deparamos aqui e acolá
Sem marcar nossos ocultos e invisíveis encontros
O acaso nos une e nos distancia com a mesma regularidade
E as marcas ficam registradas na memória milenar.

No entanto, não penso sobre isso ou aquilo
Vivo simplesmente o momento e o desenrolar das horas
No afã de compreender tal sina.

Sua ausência tão presente
Levanta suspeita real
De que o mundo sem nós... É um mundo vazio!

Elizabeth

segunda-feira, julho 6

A MÚSICA DE NÓS DOIS


A MÚSICA DE NÓS DOIS

Hoje, ouvi a música de nós dois
Fiquei estática...
Uma dor bem leve foi entrando em mim
Uma saudade pálida espalhou-se pelo meu corpo.

Lembrei então
Que o teu amor por mim nunca existiu
E meu sentimento sempre inútil diante de ti
Não mexe... Não faz ondas...Nem se expande até tuas beiradas

Nunca atinge o teu íntimo...
Oh, é pleno e profundo o verdadeiro amor!
Nunca mais vou ouvir essa música!!!

Elizabeth

Veja o Vídeo >>

quinta-feira, julho 2

Pensamentos Fúteis do dia a dia


Mesmo quando não temos muitas opções, ainda assim não devemos nos trair com coisas contrárias a nós mesmos. Nada vale a pena se não for do nosso gosto, seria isso egoísmo?

Muitas vezes nos cansamos de depender de tudo, até mesmo de um coração que bate anunciando a nossa proximidade com a vida e a morte. A liberdade é tão bela e tão ansiada em suas formas tão dispersas ao vento. É da sua natureza, ventar e ventar.
Librianas como eu, são por natureza, meio desiquilibradas e por isso essa ânsia de colocar os pratos em igualdade, no lugar certo. Essa busca constante por harmonia.

Tenho certos hábitos estranhos, tais como me afastar do mundo voluntariamente. Isso nada tem a ver com mágoas ou desconsolo, mas quando sinto a minha presença meio sem utilidade, dou um passo ao lado e observo o mundo girando a minha volta, numa atitude totalmente alienada.

O lance da utilidade é mais profundo e incompreensível do que se possa imaginar. Ser útil ou inútil independe da nossa vontade, está impregnado em nossa natureza como uma marca congênita.

E pensar o que de tudo isso? Nada! Quem dera que fossa nada mesmo. Na verdade tudo isso que vos falo são produtos desses corcéis avermelhados que deslizam na tela da minha memória querendo competir com os quadros de Picasso(e Di Chirico).

E os corcéis velozes chocam-se entre si, porque a velocidade não tem limites. Alguns encontros inesperados entre eles dão-se de uma forma violenta, outros são tão calmos que penso que minha pressão caiu. Mas essas conversas silenciosas são tão surreais que podem estar fora de cogitação, sendo impossível descrevê-las com precisão.

Quem sabe num futuro distante, ou ainda dentro de uma brevidade tão palpável que seria difícil delimitar, poderia encontrar os vãos, por entre esses corcéis sem freio. E nesse dia então, desvendaria os mistérios que estão guardados nesse vazio iluminador...

Elizabeth

quarta-feira, julho 1

Assombro


Assombro!

Esperei meu último suspiro, mas ele não veio
Continuo a respirar tranquilamente
Sem escolher o estado das coisas, nem suas formas.

Permaneço entre o claro e o escuro de Rembrandt
A perscrutar uma nova cor, diante do meu olhar castanho.

Estimo minhas melhoras, diante dessa coisa que não ata nem desata
E o fim tão esperado, deve ser mais uma ilusão
Dessa mente traiçoeira
Que insiste em pregar peça,
Invertendo o sentido das coisas, indicando direções tortuosas pra lugar nenhum.

Mas, hei de vencer!
E subir a montanha mais alta
Só para gritar bem forte:
Você não está com nada!!!


Elizabeth